Specialized SX-Trail
Após quase 6 meses de a ter... Aqui vai a análise/ review, à qual adiciono fotos em andamento assim que as tiver.
No final encontram uma lista detalhada dos componentes.
Um pequeno resumo:
160mm de curso à frente
170mm atrás
Pensada para descer/ saltar, mas com genes derivados de uma bike de Enduro
Com escolhas certas de componentes pode subir bem (para a categoria)
18kg na montagem actual
A história por trás da compra:
Andei quase um ano e meio a escolher o que comprar, entre análises, poupanças, aventuras com compras online e muita
confusão... Depois de ter ficado "entalado" com uma data de peças de uma compra online que correu mal, tinha tudo excepto
um quadro, suspensão e amortecedor. O plafond tinham sido 1500€, e ficava à risca com tudo o que tinha planeado, mas sem
o que estava a contar tudo mudou. Onde ia arranjar uma suspensão, quadro e amortecedor por 1000€ (500€ era o resto das peças)?
Não ia, e eu sabia que não... Depois começei a procurar por usados em lojas, e deparo-me com Bikes que encaixam
no que queria por 1500€. Conversa em casa, "Ah e tal e vendo as coisas que estão paradas" e lá consegui ficar com esta bike.
De salientar que não é nova, foi bike de testes, provavelmente andou 5 ou 6 vezes (segundo o vendedor), mas tinha alguns
riscos em locais estranhos. Não era de quedas; Transportes, pensei eu; e é o mais provável. No fim do dia de Reis tinha bike.
Primeira Impressão:
Assim que vi este quadro fiquei reticente. Estava enamorado pelo que lia do Lapierre Spicy, mas parecia-me frágil.
E ainda hoje parece. Parei para pensar... será que vale a pena o peso extra em troca da segurança de que o elo mais
fraco sou eu e não as escoras? Achei que sim, e escolhi esta bike. Tinham duas onde comprei, esta de testes e outra
um pouco mais cara que foi de alguém mas que nunca andou. Experimentei as duas, e gostei mais desta (embora a outra tivesse
uma posição melhor, fruto do espigão Thomson com layback). A escolha estava feita. Uns testes à porta da loja, trocou-se
a mola do amortecedor e estava pronta. Foi tirar rodas e colocar no carro.
O Dissabor:
Cheguei a casa e fui dar uma volta, correu mal. A frente estalava e os pedais escorregavam (afinal eram de encaixe e
eu de ténis normais). Quando cheguei vi que a suspensão tinha umas rachas onde aperta o eixo. A garantia da Fox cobriu e
tenho umas bainhas novas, as de aperto rápido.
A análise a sério:
Durante uns tempos não tive oportunidade de andar quase nada (fase de exames). Vinguei-me nas férias, andava 2 horas
por dia. Andei por tudo quanto era lado, as pistas e montes ao pé de casa, Outeiro da Vela, Jamor e vários urbanos;
explorando o bicho em vários terrenos.
Quadro + Amortecedor (Fox Dhx 5.0):
Este é o grupo que ia definir se as decisões foram acertadas ou não. Comecei por subir. Penoso, muito mais difícil que
a rígida. Depois reparei que o único prato que tinha era equivalente ao prato maior da rígida. Fiz a mesma subida com as
2 bikes. A diferença não é assim tanta se se andar na mesma relação. Um prato mais pequeno e dá para subir sem morrer.
O que interessou a subida? Para ver a geometria e o bombear. Como ando com o propedal bem alto, o bombeio é quase nulo,
e a posição não é má de todo, basta subir o selim.
A rolar a história é outra, é mais desconfortável. O selim está muito à frente, e torna-se difícil progredir. As mudanças
pesam. Isto é o pior que esta bike faz, rolar (as trocas que ando a fazer tratam de melhorar a posição de condução, que
está quase no ponto). Troquei avanço, guiador e selim por uns que tinha cá em casa. Comprei um pneu para trás e 1 prato
de 36 dentes. As coisas melhoraram, mas continuo um pouco chegado à frente. O espigão com recuo deve chegar ainda esta semana.
Descer e saltar:
Aqui sim, é baixar o selim, segurar a faca nos dentes e pedir para que ninguém esteja no caminho. Nem é por causa de
acertar nas pessoas, é por perder velocidade, algo viciante aqui. A bike pede sempre mais e mais, mais alto, mais depressa,
mais longe. A traseira cola ao terreno de forma espantosa, é levantar a frente e deixar passar. Assim que é altura de
voar, a distribuição de peso e baixo centro de gravidade tornam-na numa saltadora nata.
Irrepreensível a descer e saltar, boa a subir (dentro do género) e má a rolar
Nota: o amortecedor é de uma medida diferente do normal (230mm entre olhais) e não tem ajuste de quantidade de ar,
não tem como se colocar lá ar, a válvula batia no quadro se lá estivesse.
Suspensão 36 Van R
Sempre me disseram que suspensões a sério eram Fox. Revisões regulares, mas o melhor comportamento. Só posso confirmar
a veracidade do que me disseram. Apesar das poucas regulações e do bombeio em subidas, absorve tudo de forma notável,
é super sensível e não nos cospe se a levar-mos ao limite. Em alguns casos fui ao fundo mas não notei aquele barulho, estalo
ou outro comportamento estranho. Nem se sente a bater no fundo. Já me salvou a pele (ou melhor, evitou que estragasse
as protecções, pois os casos em que agradeço ter-me salvo foi quando arrisquei, e só o faço com protecções)
A garantia cobriu o problema da rachadela, e até lhe meteram óleo e retentores novos nessa ocasião.
Não sendo a melhor amiga nas subidas, o comportamento a descer faz-me adorá-la. Só trocava pela RC2. Experimentei
as 36 a ar e parece que está qualquer coisa avariada, que não funciona.
Transmissão
O prato de 42 que tinha não dava margem para nada, mesmo com cassete 11-34. A corrente fazia uns barulhos que ainda não passara.
As mudanças são bastante precisas, e com o guia a funcionar nunca me saltaram do sítio. Preciso de tirar um par de elos
à corrente depois de ter mudado o prato mas ainda não o fiz. As mudanças custam a entrar por causa da falta de tensão,
mas basta-me voltar a afinar como veio e ficam 5* de novo. A pedaleira precisa de ser reapertada de quando em vez, e
daquela zona vem um barulho, que tenho de averiguar. Funciona tudo bem, precisa de ser reafinado, mas é mais preciosismo
que outra coisa. Virá dentro em breve um bash.
Travões:
Avid Juicy 5, o que dizer. Para quem veio de v-brakes a diferença é enorme, agora travo quando quero.
No entanto, por vezes a manete prende longe do guiador e obriga a um esforço extra para a ir "buscar". Além disso,
noto que por vezes não reagem ao apertar da manete, parece que têm um atraso. Quando fôr à revisão tem de se ver se
necessitam de ser sangrados, desconfio que sim. Na maioria das vezes, a roda não bloqueia a 100%, permite uma muito ligeira
rotação, tanto maior quando a velocidade que tiver, mas a segurança nunca fica em causa, apenas não dá para travar à
última da hora. Por vezes, com a flexão ouvesse o roçar dos discos.
Rodas e Pneus:
As rodas têem-se demonstrado à altura, embora amolgue o aro cada vez que desmonto o pneu (o alumínio dobra para dentro,
com a força aplicada as desmontas). Os cubos rolam bem, e não fazem muito barulho. Dá para ouvir, mas não é aquele
escarcel de um certo cubo que anda na berra. Pena serem de 36 furos, o que limita as escolhas de aros. Alguns dos raios
já não estão em forma, mas ando a considerar trocar as rodas completas (por umas tubeless).
Os pneus de origem já vinham algo gastos, especialmente o da frente. Depois de me ter fugido de frente, e de um furo
atrás decidi tirá-los. Reparei que o pneu traseiro roçava na escora. Decidi imediatamente comprar um pneu novo para trás,
e passar Chunder para a frente (o outro pneu ainda anda cá por casa, mas só se for para safar). Com o High roller atrás
nota-se um melhor rolar, e a frente mais segura ( o chunder está à frente, e aguenta-se bem).
Tive 2 furos até agora, sendo um deles 1 furo lento. Já reapertei os raios 1 vez, mas as rodas estão alinhadas.
Selim, espigão, avanço e similares
Com o uso fui percebendo que a posição não era a mais correcta e que o traseiro não gostava do selim. Andei a ver o
que estava na garagem e acabei por montar o avanço e guiador que tinha na rígida (avanço specialized, que veio numa Hardrock,
guiador easton EA50 e punhos massi) As coisas não mudaram muito, mas a frente ficou um pouco mais alta, que aliviou a
pressão nas costas. Troquei o selim e cheguei-o tudo atrás. A posição estava boa, mas sentia que o selim estava fora da zona de
segurança, e que poderia partir os carris. Cheguei-o ao sítio e sinto a necessidade de um espigão com recuo. Vem
um Easton EA50 a caminho.
O selim Fizik Gobi é confortável, e até à data resistente que chegue (tenho a versão com carris de titânio). O perfil
longo e esguio ajuda nas passagens para trás do selim, e permi-te sentar à frente nas subidas.
Os pedais são um problema, ainda não me decidi se ando de plataforma ou encaixe. Ando a trocar, para ir ganhando confiança
quando ando encaixado, mas ainda é cedo para decidir.
Em terra:
Aprovada, segura com este conjunto de pneus.
Curvas rápidas, saltos verticais, zonas sinuosas relevês, buracos sucessivos; tudo sem problemas.
Para terem uma ideia, a descida que mais faço começa com uma zona de pedra solta e curvas largas, passa por raízes e
um gancho entre árvores, desce e faz uma curva a 90º em areia e acaba numa zona íngreme de pedra. Em todas estas passagens
segura-se de forma exemplar. Estável a alta velocidade (distância entre eixos grande) mas manobrável e fácil de levantar,
devido ao baixo centro de gravidade, é capaz de inverter papéis. Nós somos mais lentos, e menos temerários que a bicicleta,
não lhe vê-mos o limite, nem sei se quero.
Passando para um ataque urbano;
Eu sou um medroso com escadas, desço-as sempre com as rodas coladinhas aos degraus. Dei por mim a fazer drops de metro
sem problema, e, já embalado cheguei a umas escadas com 7 degraus, pensei que se lixe. Deixei-me ir (estava com capacete,
luvas e caneleiras, se não estivesse teria parado), e dei por mim no chão, nem toquei nos degraus. No entanto, a bicicleta
embicou, e senti que a suspensão trabalhou muito e salvou-me a pele. Tinha feito força para baixo para colar aos degraus
mas ia tão rápido que os sobrevoei.
No entanto, queria repetir, mas desta vez puxei
a frente, e a aterragem foi suave, mais de um metro abaixo de onde me tinha lançado.
Passando aos saltos e drops, tudo se revela de forma muito natural; afinal foi para isto que foi projectada. Basta apontar,
levantar um pouco e deixar ir. A distribuição de peso faz com que aterre da forma correcta sem que tenha de fazer algum
esforço para tal. Noto que se for dropar com pouca velocidade, a traseira cai um pouco depressa demais e gasta muito do curso
traseiro, mas nem assim sou cuspido. O amortecimento é exemplar.
Upgrades realizados:
Pneu High Roller 2,35
Guiador EA50
Avanço Specialized
Punhos Massi
Selim Fizik Gobi
Pedais Big Earl
Prato 36 dentes
Para breve: Bash e espigão
A longo prazo: Rodas/ Aros + Pneus (tubeless) e possivelmente travões/ discos ventilados
Com mais alguns retoques, consigo uma montagem fiável e capaz de se defender tanto em Enduro como em Freeride, subo e
desço onde quero, como quero, quando quero. Haja pernas.
Quadro
A1 Premium Aluminum frame,170mm travel
Amortecedor
Fox DHX 5.0 coil 9.0x2.75"
Suspensão
Fox 36 Van R
Caixa direcção
1 1/8" Threadless, 7050 alloy cups with oversize lower cup and bearing
Avanço
Vindo de uma specialized Hardrock (tinha um Ritchey quando comprei)
Guiador
Easton EA50 (tinha um Specialized Enduro mid rise)
Punhos
Massi Lock-on
Travões
Avid Juicy 5 200mm rotor
Desviador
SRAM X.9
Manípulo
SRAM X7
Cassete
SRAM ??? 11/34t
Corrente
???
Cranks
Truvativ Holzfeller, prato 36 (vinha com 1 só prato de 42 dentes)
Guia
Truvativ ???
Pedais
Bontranger Big Earl (ou Shimano DX, depende se ando de plataforma ou encaixe)
Aros
DT Swiss E540, 36 raios
Cubo Frente
Specialized Stout disc,20mm thru-axle, 36h
Cubo Traseiro
Specialized bolt-on 135mm, solid 7075 alloy axle w/ RD guard
Raios
DT Swiss Competition 2.0/1.8/2.0mm
Pneu Frente
Specialized Chunder 26x2.3" (inicialmente estava atrás, e tinha um Specialized 2.5")
Pneu Atrás
Maxxis High Roller 2.35 (teve o Chunder que está na frente agora)
Câmaras de Ar
Uma intense para pneus até 2.5" atrás e uma Specialized para pneus até 2.3" à frente
Selim
Fizik Gobi XM Kium (teve um San Marco)
Espigão Selim
??? (para breve um Easton EA50 com recuo)
Aperto Selim
Specialized 7050 alloy collar w/ QR
PS: Cópia íntegra da review que escrevi para o freeridezone, que passou para o forumbtt e que agora aqui publico. Também, só hoje é que descobri isto, e parece que já começa a existir movimento enduro/all mountain, que preenche o espaço entre o freeride e o xc.
Siga a ver o que pensam