Yeti SB66 - Com boas curvas e boa no trilhoCom o crescimento do Enduro de competição no panorama internacional, a Yeti começou a sentir um buraco na sua gama que a
Yeti 575 deixara de preencher: estava a faltar uma verdadeira bicicleta de Enduro com pedigree de competição. A SB66 aparece
precisamente para tentar colmatar esta lacuna e tentar voltar a colocar o nome da Yeti no topo do pódio.
Neste momento já existe um novo modelo cuja única diferença para o testado é a escora em carbono, contudo surgiu a oportunidade
de testarmos esta bicicleta e não a quisemos deixar passar ao lado!
A escolha de componentes para esta bicicleta demonstra que a principal preocupação da marca é garantir uma bicicleta leve e que não comprometa quando chega a altura de puxar pelas pernas e, apesar do peso do conjunto ficar pouco aquém dos 14 kg, esse objectivo foi conseguido com sucesso. As Yeti sempre se caracterizaram pela boa eficácia a pedalar e a SB66 não é excepção, apesar do sistema Switch utilizado nesta bicicleta ser uma novidade relativamente aos modelos anteriores. Este novo sistema aliado à pouca sensibilidade do amortecedor em início de curso resulta numa eficácia tremenda a subir, sem perdas de tracção ou bombear desnecessário, seja qual for o prato escolhido na pedaleira para atacar a subida. É daquelas bicicletas onde o peso simplesmente não se sente porque tanto a pedalar em pé como sentado o bombear do amortecedor é mínimo, logo desistir a meio de uma subida pelo cansaço não é uma desculpa válida. A Yeti SB66 convida-nos a explorar os nossos limites e tentar subir aquela trialeira que até então parecia impossível. A capacidade de aceleração também é muito boa e é fácil recuperar o ritmo caso se perca o momento linear a meio de um trilho.
Contudo esta performance tem um preço. Dado que o amortecedor é pouco sensível em início de curso, esta bicicleta sacrifica boa parte do seu conforto em função da performance a pedalar e isso nota-se especialmente em zonas planas com algumas irregularidades. Felizmente o confortável selim WTB ajudou a lidar parcialmente com este problema, mas será sempre algo que requer habituação. Mas nem tudo são más notícias porque esta pouca sensibilidade significa mais velocidade e mais aceleração. A bicicleta mantém-se sempre muito rápida e ágil em zonas onde suspensões mais sensíveis começam a empacotar e a perder velocidade.
Quando a gravidade começa a alimentar a velocidade da Yeti é que se dá verdadeiramente uso ao Fox Float CTD. O amortecedor é muito linear ao longo do seu curso e como tal vive em simbiose com a também linear Fox 34 Talas, permitindo ultrapassar a maioria dos obstáculos com muita suavidade, sendo relativamente fácil utilizar todo o curso dos mesmos. A leitura do terreno é muito eficaz e a bicicleta ganha velocidade muito facilmente, fazendo aparecer a faceta de Jared Graves escondida dentro de nós. Em aterragens mais secas ou drops maiores é fácil esgotar o curso. Para quem gosta de abusar mais a solução deste problema poderá passar por um tune ao amortecedor ou mesmo por outro amortecedor. Em zonas mais inclinadas por vezes a Talas perde alguma sustentação a meio do curso e fica muito afundada, mas basta rodar o botão do CTD para a posição Trail para esta bicicleta conseguir descer trialeiras técnicas e verticais sem perder a compostura. O eixo traseiro de 142x12 mm ajuda a manter a solidez do conjunto e não há torções significativas na escora .
| O novo sistema Switch da Yeti funciona através de um ponto de rotação descentrado que roda em duas direcções diferentes ao longo de uma compressão completa do amortecedor.
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A geometria da Yeti SB66 é muito equilibrada e isso nota-se na sua condução e na facilidade com que devora curvas, característica cada
vez mais rara nas bicicletas modernas. Os Maxxis Ardent deixam um pouco a desejar quando se começa a deitar mais a bicicleta, mas
enquanto o piso estiver seco são perfeitamente capazes de dar conta do recado. A posição de condução é natural e o centro de
gravidade da bicicleta está no sítio certo e isso dá confiança para puxar pela bicicleta e mandar saltos e drops com bastante à vontade.
Quanto aos componentes escolhidos pela Yeti, de um modo geral enquadram-se com a filosofia da bicicleta. Seria bom ver uma
transmissão mais actualizada com uma pedaleira de 1 ou 2 pratos e um desviador com clutch, mas compreende-se uma vez que
este modelo já se encontra no mercado há quase 3 anos. Bicicleta de Enduro que se preze não pode ter escrito Cross-Country nas
rodas, por isso umas rodas mais robustas serão sempre bem vindas. As DT Swiss X1600, apesar de rígidas, já apresentam algum
desalinhamento. E claro... o espigão telescópico seria um must.
Os travões Shimano XT Icetech foram uma agradável surpresa. Apesar dos pequenos rotores (180/165 mm) ofereceram sempre uma
potência de travagem bruta e boa modulação independentemente da duração das descidas.
O que gostámos:-Estética fantástica com muita atenção aos pequenos pormenores
-Condução extremamente divertida
-Eficácia a pedalar
-Muita acelaração, rapidez e agilidade mesmo quando o declive é pouco.
O que não gostámos:-Transmissão desactualizada
-Traseira muito seca em início de curso
-Pontos de rotação complexos que exigem atenção redobrada
Classificação 6polegadasQuadro Relação Preço/Qualidade Equipamento Comportamento a subir Comportamento a descer Maneabilidade/Controlo Conforto Estética e acabamentos
Valor Global | 4,5 4 4 5 4,5 5 3 5
4,4 |
Nota: Estes valores são atribuídos considerando a globalidade de bicicletas de Trail, Enduro e All-Mountain.A Yeti SB66 é um sucesso? Sem dúvida! Esta bicicleta é uma beldade e um mimo de conduzir. É rápida e super divertida e tem uma
capacidade de pedalar fora de série. Contudo é preciso perceber os seus limites nesta configuração: não é uma bicicleta para grandes
voos ou drops porque esgota com alguma facilidade, algo que poderá ser facilmente resolvido com um tune ou mesmo outro amortecedor.
Lista de componentes
Quadro Suspensão Amortecedor Pedaleira Avanço Guiador Caixa de direcção Travões Pneus Pedais Espigão Selim Punhos Cassete Rodas Manetes das mudanças Desviador traseiro Desviador dianteiro Corrente | Yeti SB66 Alumínio com 152 mm de curso Fox 34 Talas CTD Kashima Fox Float CTD Kashima Shimano XT 44/32/22 Thomson X4 70mm Easton Haven Carbon 710 mm Cane Creek Shimano XT Icetech 180/165 mm Maxxis Ardent 2.4/2.25 N/A Thomson Elite WTB Yeti Lock-on Shimano SLX 11-36 10v DT Swiss X1600 Shimano XT 10v Shimano XT 10v Shimano XT 10v Shimano SLX 10v
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Peso final Preço Preço do quadro Garantia Representante | 13.650 kg (tamanho M sem pedais) Bicicleta descontinuada 2.199,00€ novo modelo (1.389,90€ preço promocional para o modelo antigo) 2 anos Justbikes |
Página do produto com a geometria e outras especificações aqui:
http://www.yeticycles.com/#/bikes/sb66ac
Notas:Esta bicicleta foi testada durante o período de duas semanas em locais como Sintra, Monsanto, Jamor e Sesimbra.
Um agradecimento especial à Justbikes por ter cedido a bicicleta para testes durante o período de duas semanas.
Qui maio 01, 2014 1:00 am por stromp