Transition Covert - Um abacate com saborA
Transition Covert é a bicicleta mais polivalente da linha da
Transition e, como tal, é a endureira de serviço. Os seus 150 mm de curso traseiro aliados ao seu peso contido permitem-lhe chegar ao topo do monte sem grande esforço e descer sem perder toda a diversão que os trilhos têm para oferecer.
Olhando para todo o conjunto, vemos uma bicicleta equilibrada e bem equipada para o seu preço, contando apenas com componentes de gama média/alta. Não nos podemos deixar enganar pelos componentes
Transition (como é o caso das rodas, selim e pedais), pois estes são de elevada qualidade e não ficam atrás dos componentes das marcas de renome no BTT.
O quadroSimples, eficaz e resistente. Creio que estas três palavras chegam para caracterizar este quadro.
Tal como o seu antecessor, a sua beleza deposita-se na simplicidade e cores "diferentes". As novas tubagens dão-lhe um aspecto mais actual, elegante e ligeiro. Mas não se deixem enganar: este quadro continua a ser um lobo, mas agora com roupas da moda! Os
pivots são generosos, há imensos reforços, tubos com formatos diferentes, montes de peças maquinadas e soldaduras bem feitas. Tudo isto feito sempre com muita atenção aos detalhes. A pintura também é de elevada qualidade e não vai largar o quadro com facilidade.
Como equipa que ganha não mexe, o sistema de suspensão continua o mesmo. É bastante simples e directo: não há inúmeros
links e
pivots. No entanto conta com bastantes rolamentos, factor a ter em conta quando chega a hora da revisão.
Nota positiva para os apoios ISCG-05: vão facilitar a vida a quem quer montar um guia de corrente ou um
Truvativ Hammerschmidt.
No entanto tudo isto tem um preço... Este não é um quadro propriamente leve para o curso que dispõe e esse pode ser um problema para quem quer ter uma bicicleta o mais polivalente possível.
Outro ponto negativo é a rota dos cabos. Esta é bastante estranha e com um efeito estético pouco agradável. Deveria ser mais discreta e muito menos "trapalhona". Mas verdade seja dita: não se notam problemas no funcionamento da transmissão.
1. | Testa reforçada e para suspensões com tubo tapered. Soldaduras cuidadas. | + |
2. | Pivots generosos e abundância de elementos maquinados. | + |
3. | Reforços em pontos chave e atenção aos detalhes. | + |
4. | Tubos de variados formatos e com reforços importantes. | + |
5. | Escora sem interferências no funcionamento da transmissão. | + |
6. | Rota dos cabos mal projectada e com interferências no prato pequeno da pedaleira. | - |
Os componentesEste kit da
Transition Covert traz uma agradável listagem de componentes.
Começando pela suspensão: uma
Fox 36 Float RC2. Esta é provavelmente a melhor e mais leve suspensão a ar de 160 mm que podemos encontrar. Tem sofrido uma evolução bastante significativa nos últimos anos, tendo ficado mais leve e ganho mais sensibilidade. Obviamente ainda não está ao nível da mola, mas foi uma agradável surpresa neste teste. Muito sensível no início do curso e com um funcionamento muito suave e sem atritos. Claramente a suspensão ideal para esta montagem.
Grande parte da transmissão ficou ao encargo da
Sram. Os
shifters e desviadores
Sram X.9 funcionaram sempre suavemente e sem problemas. A pedaleira
Truvativ Stylo cumpre sem problemas a sua função. Não é muito rígida e como tal consegue dar alguma suavidade extra quando a corrente passa para outro prato. A corrente
KMC Z9000 tem uma reputação bastante negativa, no entanto não detectámos qualquer problema com a mesma e não há nada a apontar quanto ao seu funcionamento e resistência.
As rodas
Transition fazem um bom conjunto com os pneus
Maxxis. Os cubos fazem pouco atrito e rolam razoavelmente bem. Os aros têm um perfil alto e largo, que confere muita resistência ao conjunto. O resultado são umas rodas rígidas e robustas, com um bom peso, bom aspecto e muita qualidade de construção. Mesmo depois de algumas aterragens menos bem conseguidas, não há nem um empeno mínimo.
Os travões são os novos
Avid Elixir CR. Estes travões travam mesmo a sério (por vezes até demais). No entanto são de apenas um pistão e o seu peso é bastante contido. Com um suave toque consegue-se obter um brutal poder de travagem. O problema é que são demasiado bruscos e têm pouca progressividade. Os discos parecem ser ligeiramente mais finos que o normal e isso pode causar alguns empenos ocasionais se não se tiver alguns cuidados. No entanto estes são uns bons travões e, para quem gostar de travões pouco progressivos, está aqui uma excelente aposta.
Chegando aos periféricos, não há nada a apontar quanto ao guiador, avanço e espigão
Truvativ. O selim
Transition é resistente e tem bons acabamentos, mas não é confortável, o que o torna numa má aposta para maiores distâncias. Por outro lado, os punhos
Odi são bastante confortáveis e não se tornam escorregadios mesmo depois de molhados e com lama. Os pedais são maquinados e resistentes mas pecam por não terem muita tracção.
(consultar tabela de componentes mais abaixo)
Comportamento a subir e rolarApesar de não ser uma trepadora ou roladora nata, esta bicicleta desempenha sem dificuldades este papel. O bombear devido à força da pedalada é reduzido no prato mais pequeno da pedaleira e mínimo quando se utiliza o prato do meio. Com o
Propedal do amortecedor ligado, este torna-se quase imperceptível, reduzindo significativamente a energia desperdiçada.
O perfil dos
Maxxis High Roller pode parecer vocacionado para as descidas, mas na realidade estes pneus fazem pouco atrito, o que facilita quando se quer ganhar velocidade sem grande esforço, e ainda permitem subir em terreno mais escorregadio ou inclinado sem perdas de tracção.
O tubo superior do quadro é curto mas é compensado com o avanço de 75 mm. Esta combinação permite manter a frente sempre colada no chão e facilita quando se quer escolher trajectórias em trialeiras mais técnicas.
A descerBaixa-se o selim e começa a diversão. Depressa se percebe que o controlo em
singles-tracks mais fluidos e com curvas em
relevé são o habitat natural desta bicicleta. A baixa distância do eixo pedaleiro ao chão permite ter um centro de gravidade mais baixo e proporciona um enorme controlo em curva. A velocidade a que se sai das curvas é grande e isso significa menos travagens e menos tempo perdido. Os
Maxxis High Roller também têm recebem mérito pela sua soberba capacidade de tracção lateral.
Se acrescentarmos alguns saltos a diversão aumenta. O tubo superior do quadro é curto e consegue-se ter um bom controlo no ar, apesar do comprido avanço de 75 mm.
A desvantagem destas características é a perda de alguma estabilidade em zonas mais acidentadas e rápidas. A baixa altura do eixo pedaleiro exige algum cuidado para não bater com a pedaleira em lado nenhum, especialmente quando se desce um
drop ou vertical mais acentuada no início.
A nível das suspensões não há muito a dizer. Absorvem tudo e nunca durante o teste sentimos que houvesse perda de estabilidade na recepção de algum salto ou drop.
Não notámos interferências da travagem na suspensão traseira nem torção lateral significativa.
Lista de componentes/especificaçõesQuadro Suspensão Amortecedor Pedaleira Avanço Guiador Caixa de direcção Eixo pedaleiro Travão dianteiro Travão traseiro Pneus Câmaras de ar Pedais Espigão Selim Punhos Cassete Rodas Manetes das mudanças Desviador traseiro Desviador dianteiro Corrente
Peso final Peso do quadro Preço Preço do quadro Garantia Representante | Transition Covert 150 mm de curso em alumínio 6061 Fox 36 Float RC2 160 mm de curso Fox Float RP23 Truvativ 44/32/22 (Included with crankset) Truvativ Team 75mm Truvativ Stylo 30mm Rise FSA Orbit MX / Orbit Xtreme Pro / Z1.5R / TBC Integrated Truvativ GXP Avid Elixir CR Mag 203 mm Avid Elixir CR Mag 185 mm Maxxis Highroller 26x2.35 60a (foldable) Ultralight N/A (Transition neste modelo testado) Truvativ Team Dual Clamp TBC Park n' Ride AM ODI Cross Trainer X Lock-on SRAM PG980 11-32 TBC Revolution AM SRAM X9 SRAM X9 SRAM X9 KMC Z9000
14.4 kg (tamanho M com os pedais Transition) 3.46 kg (tamanho L com Fox Float RP23 XV) € 3.375,00 € 1.490,00 2 anos Justbikes |
Página do produto com a geometria e outras especificações aqui:
http://www.transitionbikes.com/Bikes_Covert.cfm
Aspectos positivos: | Qualidade do quadro |
| Equilíbrio geral na montagem e nível dos componentes |
| Relação qualidade/preço |
Aspectos negativos: | Passagem dos cabos estranha e com pequenas interferências |
| Selim desconfortável |
Classificação 6polegadasQuadro Relação Preço/Qualidade Comportamento a subir Comportamento a descer Rigidez do Quadro Maneabilidade/Controlo Estabilidade Estética e acabamentos
Valor Global | 4 4 4 5 5 4 4 5
4 |
Sugestões:Para os adeptos das descidas sugerimos uma pedaleira de 2 pratos com
bash ou o
Truvativ Hammerschmidt, um avanço mais curto e um guiador mais largo. Ou optar pelo
kit FR com a
Fox 36 Van e o
Fox DHX air.
Para quem gosta de longas distâncias, aconselhamos a troca de selim por um mais confortável.
Veredicto 6polegadasCom esta bicicleta extremamente divertida e polivalente, a
Transition apresenta uma sólida proposta ao nível das grandes marcas de bicicletas, mas com um preço bem mais convidativo.
Notas:Esta bicicleta foi testada durante o período de um mês em locais como Sintra, Leiria e Alcobaça.
Um agradecimento especial à Justbikes, representante da Transition em Portugal, por ter cedido a bicicleta para testes durante o período de um mês.
Qui Jan 07, 2010 9:47 pm por G_g